Sofrimento mental relacionado ao trabalho e Covid-19

10/11/2020

O distanciamento social, as mudanças nas formas e condições de trabalho em função do novo coronavírus e o medo da contaminação podem causar desconforto e estresse nos trabalhadores em geral.  O contato direto com pessoas infectadas ou adoecidas pela Covid-19 afeta principalmente os profissionais de saúde, acarretando sintomas emocionais ou psíquicos.

É compreensível que as pessoas fiquem confusas, preocupadas, ansiosas e alertas, além de experimentarem sensação de impotência e de vivenciarem inseguranças, medos e angústias reais e ou fantasiosas, desencadeadas pela pandemia. A maioria destes sentimentos deve ser encarada como reação normal diante de uma situação anormal. Algumas destas dificuldades, porém, podem evoluir para um quadro mais grave. Do mesmo modo, algum desajuste prévio, mais acentuado, pode vir a se exacerbar, dando lugar às manifestações de destacado sofrimento emocional.

Atenção particular deve ser dada aos profissionais de saúde que atuam na linha de frente. O estado constante de alerta e a convivência mais próxima com o sofrimento e a morte podem provocar transtornos emocionais nestes profissionais.

Eles estão entre os mais vulneráveis às consequências psicológicas da pandemia. Sua rotina tornou-se exaustiva pela pressão e pela sobrecarga de trabalho e ainda têm que conviver com a impotência diante de milhares de mortes, além da falta de equipamentos de proteção adequados, conforme amplamente noticiado. Existe o medo de serem veículos da doença para seus familiares. Alguns mantiveram o distanciamento pelo receio de contaminarem pais idosos ou filhos pequenos. As consequências possíveis podem ser a reação aguda ao estresse e burnout, entre outras.

Para que essas manifestações negativas não se intensifiquem é importante que sejam realizadas intervenções de cuidado específico.

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