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Profissional do CVS conclui pesquisa acadêmica sobre fluoretação das águas de abastecimento público

14/12/2017


Mariângela Guanaes Bortolo da Cruz, da Divisão de Meio Ambiente do Centro de Vigilância Sanitária da Coordenadoria de Controle de Doenças da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, obteve o título de Doutor em Ciências na Faculdade de Saúde Pública da USP ao apresentar pesquisa sobre fluoretação das águas de abastecimento público.

Segundo Mariângela, "a área de Saúde Bucal tem grande necessidade de pesquisas que avaliem e discutam, no contexto brasileiro das duas primeiras décadas do século 21, se a fluoretação das águas de abastecimento público agrega de fato benefício preventivo com relação à cárie dentária aos proporcionados pelo uso generalizado dos dentifrícios fluoretados".

O estudo propôs analisar o grau do benefício preventivo da exposição à água fluoretada em relação à cárie dentária e sua distribuição segundo grupamentos dentais, no contexto contemporâneo de uso generalizado de creme dental fluoretado, a partir da análise de dois pequenos municípios paulistas.

De acordo com a técnica, "a exposição à água fluoretada implicou menores valores médios dos índices ceod, CPOD e SiC, ainda que em presença de exposição concomitante ao dentifrício fluoretado, em cenário de baixa prevalência da doença e padrão similar de distribuição de cárie nas populações analisadas. As menores magnitudes de cárie nos grupamentos dentários anteriores, em situação de exposição à água fluoretada em comparação com a não exposição foi constatada e corrobora estudos anteriores. No contexto brasileiro, ainda que em presença de exposição simultânea a dentifrício fluoretado, a fluoretação das águas segue produzindo efeitos epidemiológicos relevantes”.

A tese emerge das estratégias do Centro de Vigilância Sanitária para qualificar seu quadro técnico e das interlocuções entre sua área de Meio Ambiente e a Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), visando aproximar demandas de serviço e da acadêmia.

Sérgio Valentim, diretor de Meio Ambiente do CVS, membro da banca de avaliação da tese de doutorado, ressaltou que "a pesquisa tem grande significância em termos acadêmicos, além de ser importante para as ações de controle do risco sanitário no âmbito do Programa de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano no Estado de São Paulo (Proágua), uma vez que corrobora as estratégias de vigilância da concentração de fluoreto na água ofertada à população paulista pelos sistemas públicos de abastecimento".