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Lembrando as vítimas de acidentes de trabalho: 28 de abril

23/04/2013


Algumas revelações do SINAN-SP

Milhares de trabalhadores são vítimas de acidentes de trabalho a cada dia no mundo. Para dar visibilidade a isso, provocar reflexão e mudar esta realidade, foi instituído o Dia em Memória das Vítimas dos Acidentes de Trabalho, 28 de abril. Nele são lembradas as vítimas de acidentes, doenças e formas degradantes de trabalho, causas de altos índices doenças, mutilações e mortes - de muito sofrimento.

Em 1995 o 28 de abril começou a ser lembrado no Canadá como um dia em homenagem às vítimas de acidentes e doenças de trabalho - a data lembra o dia 28 de abril de 1969, quando 78 trabalhadores morreram em decorrência de uma explosão na mina de Farmington, na Virgínia – Estados Unidos. Este movimento se espalhou por diversos países, por iniciativa de sindicatos, federações, confederações locais e internacionais, e em 2003 a Organização Internacional do Trabalho adotou o 28 de abril como o dia oficial para a segurança e saúde nos locais de trabalho.

Em 2006, o governo brasileiro adotou oficialmente a data não só para homenagear estas vítimas, mas também para alertar e impulsionar a sociedade sobre a necessidade de desenvolver formas de trabalho que preservem a vida e promovam a saúde, dando visibilidade à questão.

Acidentes de Trabalho em São Paulo

O SINAN - Sistema de Informação de Agravos de Notificação é um banco de dados do Ministério da Saúde para registro dos agravos à saúde de notificação obrigatória constantes de uma lista. Os agravos relacionados à Saúde do Trabalhador foram incluídos em 2004 nesta lista e são: Acidentes Graves, Fatais e com Menores, Acidentes com Material Biológico, Intoxicação Exógena, LER-DORT (Lesão por Esforços Repetitivos-Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho), Pneumoconioses, Transtorno Mental, PAIR (Perda Auditiva Introduzida por Ruído), Dermatoses e Câncer Relacionado ao Trabalho.

No Estado de São Paulo, o Centro de Vigilância Sanitária, por meio da Divisão de Vigilância Sanitária do Trabalho e o Centro de Referência de Saúde do Trabalhador (DVST-CEREST), tem a atribuição de analisar estas notificações e realizar o planejamento e acompanhamento das ações de saúde do trabalhador no Estado. Uma das prioridades, inserida inclusive no Plano Estadual de Saúde, está voltada a vigilância dos acidentes graves, fatais e com menores.

Há cerca de 246 mil agravos (casos de doenças e acidentes de trabalho) notificados desde 2005 no estado de São Paulo, assim distribuídos:  

 

Tipo de Agravo

Frequência

%

AT Grave Fatal e com Menores de 18 anos

153.268

61,30

AT Material Biológico

74.600

31,34

LER-DORT

12.019

5,18

Intoxicação Exógena no Trabalho

3.485

1,45

Pnemoconioses

1.327

0,54

Transtorno Mental

804

0.35

PAIR

681

0.30

Dermatoses

433

0,19

Câncer Relacionado ao Trabalho

79

0.04

Total

246.696

100,00

        

Dentre todos os agravos, 97% são por Acidentes Graves, Fatais e com Menores de 18 anos, a Acidentes com Material Biológico e a LER-DORT. Os outros 3% correspondem a Intoxicação Exógena no Trabalho, Pneumoconioses, Transtorno Mental, PAIR, Dermatoses e Câncer Relacionado ao Trabalho.

Dos 153.268 Acidentes Graves, Fatais e com Menores notificados, 2.249 resultaram em óbito.

Os acidentes de trabalho graves e fatais acontecem em sua maior parte com trabalhadores na faixa etária dos 20 aos 49 anos (79%) e do sexo masculino (77%). Dos acidentes de trabalho com menores, 90% dos casos atingem jovens de 16 e 17 anos.  

Nos trabalhadores maiores de 18 anos os acidentes evoluem assim: 18.882 (12,95%) são curados, 65.650 (45,02%) levam a incapacidade temporária, 2.159 (1,48%) levam a incapacidade parcial permanente, 181 (1.6%) a incapacidade total permanente e 2.214 (1,52%) a óbito.

Nos menores de 18 anos, a evolução dos casos ocorre assim: 3.375 (45,53%) são curados, 2.459 (33,17%) levam a incapacidade temporária, 98 (1,32%) a incapacidade parcial permanente, 6 (0,08%) a incapacidade total permanente e 33 (0,45%) a óbito.